domingo, 10 de fevereiro de 2008

Nossos Projetos

Que tal comentarmos este tópico, contando um pouco sobre os nossos projetos na área de educação e sobre como esses projetos se encontram com a rede de "Românticos Conspiradores"? De vez em quando podemos voltar ao Blog para ler os comentários e para nos encontrarmos, nos conhecermos.
Quem começa?

16 comentários:

Laerte Asnis disse...

Saudações. Nos últimos 09 anos tenho me dedicado (juntamente com minha esposa e filhos) ao projeto Livro em Cena, que consiste em apresentar a peça teatral A PIPA E A FLOR do livro homônimo de Rubem Alves (532 apresentações) em escolas, universidades, empresas, bibliotecas, hospitais, entidades assistenciais, congressos de educação e outros lugares. Tenho também ministrado oficina de teatro para educadores intitulada "Teatro, uma experiência criativa". Defendo a inclusão do teatro na grade curricular de qualquer escola e que esta atividade seja ministrada por profissionais de teatro e não por aventureiros, pois geralmente nas escolas, quem ministra teatro é a (o) professora (o)de literatura, história, português, etc, que sempre "monta", a pedido da coordenação/direção, as famosas "pecinhas" de final de ano. Acredito na arte como agente de transformação escolar em todos os níveis. Estou aberto para receber convites para apresentar a peça A PIPA E A FLOR e/ou ministrar oficinas nas instituições que vocês trabalham/coordenam.Algumas instituições de pessoas aqui desta lista já conhecem nosso trabalho. Mais informações http://apipaeaflor.blog.terra.com.br
Um grande abraço
Laerte Asnis (11)95112557
E.mail: laerteasnis@globo.com
MSN: lasnis@hotmail.com

Ana Neves disse...

Bem... durante 50 dos meus 61 anos tenho vivido inconformada com os rumos da Educação neste país. Ou melhor, inconformada como é tratada uma questão tão séria.
Diz Rubem Alves: A Mariana é minha neta. Tem seis anos. Entrou para a escola e anuncia orgulhosamente que está no “Pré-A”. Ela aguardou este momento com grande ansiedade. Agora ela se sente possuidora de uma nova dignidade. Está crescendo. Está entrando no mundo dos adultos.
Novas responsabilidades: deveres de casa, pesquisas. Passados uns poucos dias do início das aulas ela voltou da escola com um novo dever: uma pesquisa sobre uma palavra que ela nunca usara, não sabia o que era. Ela deveria encontrar uma resposta para a seguinte pergunta: “O que é a política?”.
Só se pode pensar e aprender aquilo sobre que se pode falar. Imaginei então a mariana com suas amiguinhas, cercadas de bonecas, conversando animadamente sobre política. Ou seja: imaginei um quadro surrealista. E, mais uma vez, tive raiva das escolas e dos professores.
Reacendeu-se em mim uma antiga convicção de que as escolas não gostam das crianças. Convicção que é partilhada por muita gente, inclusive o Calvin e o Charlie Brown. Parece que as escolas são máquinas de moer carne: numa extremidade entram as crianças com suas fantasias e seus brinquedos. Na outra saem rolos de carne moída, prontos para o consumo, “formados” em adultos produtivos.” (Rubem Alves, Por uma educação romântica).
Pois é meus amigos, foi com um pensamento semelhante ao de Rubem que formamos um grupo de educadores para conversar sobre a “escola de nossos sonhos”. E assim, despretensiosamente, nos encontramos, uma vez por semana e sonhamos, sonhamos, sonhamos.
Abraços
Ana Neves

Leila País de Miranda disse...

Olá, pessoal. Antes de mais nada, parabéns pela iniciativa! Esperamos sucesso ao grupo, e já nos sentimos fazendo parte dele!
Meu nome é Leila País de Miranda e sou sócia-diretora da Moleque de idéias.
A Moleque de idéias constitui nosso projeto na área da educação: propiciar o melhor uso possível das ferramentas digitais em situações de aprendizagem de crianças de 4 a 14 anos. Como "melhor uso" é uma questão de ponto de vista, abrimos aqui espaço para trocarmos idéias com vocês!

Nossos centros de estudo são as ciências da cognição, a neurociência, as crianças, as novas tecnologias, a constituição de uma nova escola, onde cada um possa seguir seus próprios interesses.

Trabalhamos diretamente com crianças - mais de 1000 atendidas desde 1996, algumas permanecendo conosco por 7 anos seguidos, e com instituições de educação - SENAI, FIOCRUZ, Centro Educacional de Niterói (CEN, escola experimental) e várias outras escolas de Niterói e do Rio de Janeiro.

Gostaria de convidá-los a conhecer mais do nosso trabalho em www.molequedeideias.com.br , em http://clubedeideias.moleque.com.br e em http://historinhasdamoleque.blogspot.com

Como imagino que somos todos fãs do José Pacheco indico o endereço de um video muito simpático com com ele na Moleque de idéias - acesse http://www.youtube.com/watch?v=lZmEmbpuPYE

Espero que este seja um espaço de renovação, e que possamos trocar muitas idéias!
Um grande abraço!
Leila

leilamiranda@moleque.com.br

Cleusa disse...

O PROFESSOR EM FORMAÇÃO
Cleusa Beckel – Coordenadora de Ensino

Gostaria de dividir com todos os educadores, meu pensamento sobre a importância da constante formação do professor. E aqui não trato apenas da graduação, mas sim da formação permanente, do dia-a-dia. Acredito, que uma das formas mais eficientes de desenvolvimento dos professores é aquela em que uns aprendem com os outros!
Sendo assim, os registros pelos professores das observações diárias da sua turma, os estudos de caso, as entrevistas com pais para trocas de informações, as observações das turmas dos colegas, os encontros de equipe, a busca freqüente de instrumentos para conselhos de classe, passagem de turmas, reuniões pedagógicas, relatórios de avaliações... São importantes momentos de aprendizagem e formas de feedback para o fazer pedagógico.
Quando o professor sente-se atendido em suas necessidades, busca soluções para os desafios do dia-a-dia! Neste contexto, também cabe a escola, valorizar seus profissionais de forma integral, seja do lado pessoal, com momentos de confraternizações, amigo-secreto, dinâmicas, quanto do lado profissional, aproveitando a formação de cada professor em cursos, participações de jornadas, seminários, encontros educacionais... Oportunizando espaços para relatos de experiências, escrita de artigos, grupos de estudos com produções de textos coletivos e apresentações para os colegas, materiais com “dicas” para serem enviadas às famílias, reuniões com “feiras de idéias” ou com os outros segmentos da escola... Estes espaços são muito importantes para a formação do professor e devem fazer parte do cronograma.
As reuniões pedagógicas, realizadas nas escolas, são momentos privilegiados para ouvirmos os professores e buscarmos juntos, soluções. Por este motivo é preciso que todos saibam aproveitar estes espaços, propiciando trocas, listando metas, prioridades e pesquisando sobre os desafios para o ano letivo. A partir do levantamento das necessidades da equipe, propiciar trabalho em grupos sobre os assuntos, desafiando os professores a saírem em busca de subsídios para a qualificação de sua prática, pois o momento de maior aprendizagem para qualquer um de nós é quando nos percebemos responsáveis por um problema que desejamos, desesperadamente solucionar. Se, desejamos buscar melhores manejos para os desafios do dia-a-dia, devemos motivar nossos professores, pois independente da faixa etária, todos precisam estar motivados para o ensino-aprendizagem!
Quando a escola abre espaço para o professor sentir-se atendido em suas necessidades e também estar engajado como pesquisador e autor de sua fundamentação teórica, esta se torna uma organização aprendente, possibilitando que as mudanças acontecem e venham servir de alicerce para novas construções de escolas e professores totais, na busca de uma educação de qualidade!

Cláudia Santa Rosa disse...

Tenho 36 anos. Estudei em escola pública a vida toda e, em 1990, depois de concluir o ensino médio profissionalizante para o Magistério, ingressei como professora depois de um concurso público para a rede estadual do Rio Grande do Norte. Ainda no ensino médio tive contato com a obra de Paulo Freire, especialmente com o "Pedagogia do Oprimido" que foi a base para o meu olhar crítico sobre a escola e a sociedade. Os primeiros anos como professora foram talvez os mais fecundos, pois envolvi-me em lutas que marcaram para o resto da minha vida, ajudando-me a clarificar o meu compromisso profissional e social. Mais tarde, em 1995 conclui a Licenciatura Plena com habilitação para o Magistério das séries iniciais e logo ajudei a fundar a primeira Cooperativa de Professores do Rio Grande do Norte, mantenedora da Escola Freinet. Durante os 4 anos primeiros anos da Escola fui a sua diretora e depois professora por um semestre. Ali, aprofundei o diálogo entre Freire, Freinet e o Movimento de Escola Moderna (MEM) e tantos outros. Depois de conhecer pessoas do Movimento de Escola Moderna de Portugal, no congresso internacional de educadores Freinet, realizado no Japão, em 1998, passei a furçar sites portugueses e numa dessas descobri o jornal "A Página" e nele um texto do José Pacheco, que falava de um projeto de escola, da Escola da Ponte, muito parecido com as propostas do MEM e o melhor: era uma escola pública ligada à rede estatal e era um projeto coletivo, que envolvia toda escola. Não era um projeto de uma ou de duas salas de aula, o que me encantara de modo especial. Pedi detalhes a amigos do MEM sobre a Escola da Ponte e deixei a coisa de molho, embora querendo saber mais. Em 2000 ajudei a fundar a Associação Brasileira para Divulgação, Estudos e Pesquisas da Pedagogia Freinet www.freinet.org.br e fui Coordenadora nacional de 2003 a 2005. A Associação é vinculada à Federação Internacional dos Movimentos de Escola Moderna (FIMEM) www.freinet.org Em 2002 iniciei o mestrado em educação, realizando a pesquisa na escola da cooperativa, com foco na pedagogia Freinet e o ensino de 5a a 8a Série. A pesquisa do mestrado me fez refletir sobre a necessidade de fazer uma volta para a escola estatal, poissentia que a cooperativa ainda não dava conta do que tanto queria: contribuir de maneira mais contundente para que a escola estatal torne-se pública. Ao organizar o projeto do doutorado, no comecinho de 2004, resolvi retomar a idéia de estudar o projeto da Escola da Ponte e o Antonio Nunes, um amigo do MEM Português, me colocou em contato com o José Pacheco, que já gozava de muito prestígio no Brasil e o Rubem Alves também já falava da escola com que sempre sonhou. També mem 2004 ajudei a fundar a ONG Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) www.ideducacao.org.br Deu tudo certo no finalzinho de setembro de 2005 cheguei em Portugal para a pesquisa, num estágio na Universidade do Porto, tendo o Rui Trindade como orientador em Portugal. Voltei ao Brasil no começo de abril de 2006 e estou às vésperas de defender a tese. Do meu retorno de Portugal até agora não parei de trabalhar um só dia. Sou coordenadora pedagógica se uma escola de 100 alunos e lá implementamos uma semente de projeto: o "Casa de Saberes", que qualquer hoar dessas escrevo sobre... Também faço consultoria para uma escola particular e atarvés da ONG coordeno dois projetos referências em escolas estaduais e um outro que envolve as 79 escolas estaduais de Natal, que atendem a primeira etapa do ensino fundamental. Participar deste grupo é uma feliz oportunidade de conspirar sobre educação, pensando de maneira local e nacional.

Helena Singer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Helena Singer disse...

Sou socióloga. Meu mestrado foi sobre as escolas democráticas. Quando fazia este mestrado, dividia meu tempo entre a pesquisa sobre aqueles lugares maravilhosos em que todos são livres e felizes e o trabalho como pesquisadora no Núcleo de Estudos da Violência. Terminei o mestrado e iniciei o doutorado sobre um dos temas mais violentos da violência – os linchamentos. Já casada com Marcelo, também sociólogo estudioso da violência, fui para os Estados Unidos fazer uma parte do doutorado lá. Nas horas de prazer, buscava as escolas democráticas que eu tinha estudado em livros e com as quais tinha trocado correspondência (meu mestrado foi antes da Internet). Até que um dia recebi um convite de uma fundação para abrir uma escola democrática em São Paulo. Voltamos, eu conclui o doutorado. Várias pessoas foram se articulando em torno da escola democrática até que formamos um núcleo central de uma dúzia de pessoas inteiramente dispostas a fazer acontecer. No dia em que consegui trazer Zoe Readhead, a filha do famoso Neill de Summerhill, para falar a este grupo, entrei em trabalho de parto. Lucas nasceu em novembro de 2001, a Lumiar em fevereiro de 2003. No ano seguinte, começamos a trabalhar em escolas públicas, fazendo processos de democratização. Era muita coisa, foram 7 anos muito intensos, eu precisava parar para refletir e escrever sobre tudo isso. Iniciei, então, em 2006, um pós-doutorado na Unicamp sobre o assunto. No mesmo ano, junto com pessoas de diversas áreas, criamos a Associação Politeia (www.politeia.org.br) que busca articular experiências de escolas democráticas, inclusivas, voltadas para a comunidade, em uma rede que possa fortalecer o movimento no Brasil.

Veridiana disse...

Olá

Tenho 29 anos , sou formada em Pedagogia e fiz pós graduação em Educação Inclusiva. Trabalhei durante doze anos em um colégio particular de São Paulo. Acredito que mais importante que meus diplomas seja o grande amor que tenho pelo trabalho com crianças portadoras de algum tipo de deficiência.Em Janeiro de 2008, acabei me afastando deste colégio por ser obrigada a reprovar uma criança de seis anos...Se esta for a educação que tenho que trabalhar, vou vender minhas truffas e tentar viver disso... Entrei neste grupo com a esperança de encontrar pessoas que assim como eu queiram um outro tipo de educação...Principalmente uma educação que respeite o cidadão pelo que ele é, e que privilegie a liberdade.
Um grande abraço a todos!

Lucinda Morais disse...

Olá pessoal. Eu me sinto pequenininha perto de pessoas tão maravilhosas.
Sou bióloga mas resolvi abraçar o magistério mesmo antes de terminar a universidade.
Sempre trabalhei em escolas tradicionais, mas tentando de alguma forma incluir todos os alunos no aprendizado.
Enveredei para autoria e ensino à distância, atividades onde posso desenvolver mais a criatividade que me cativa muito.
Trabalho há 10 anos no Colégio Bandeirantes em São Paulo. Ao contrário do que se imagina, é uma escola moderna e aberta a novas pedagogias. É nessa escola que tento novas técnicas de inclusão.
Após conhecer a o trabalho da Escola da Ponte e visita-la pessoalmente, percebo quanta coisa é possível fazer numa escola tradicional.
Espero de alguma forma contribuir, mas sei que antes de tudo vou ganhar muito participando deste grupo.
Um abraço,
Lucinda

Marta Lima disse...

Olá.Estou fora do Brasil,porém minhas raizes e o muito que aprendi, venho aplicando numa empresa especial (trabalhadores/as com deficiência)de Bilbau (Espanha). Como coord. de projetos da empresa buscamos aprimorar elementos básicos das competências que pensamos que deve receber uma pessoa adulta e trabalhadora: ser um sujeito multifacetado e que sobretudo que se reconheça como construtor de seu futuro. Temos na empresa mediadores (psicológos,pedagogos etc), porque algumas pessoas com deficiência estão muito debilitadas pela deficiência+idade, e justo com elas elaboramos e aplicamos projetos para elas sigam com um ritmo de trabalho. Antes de começar qualquer "reforma inclusiva", convocamos os mediadores para pensar como chegamos a tal reforma.A verdade é que geralmente os/as mediadores/as percebem que é muito trabalho e... Bem, as leis da natureza nos ensina a importância da persistência. Como ainda sou jovem, nos aventuramos. Nessa empresa estamos levando a sério muitas sugerencias de freinet, paulo freire e outros pedagogos "invisiveis", sem estar exatamente num contexto escolar...Felizmente avançamos no concepto de reabilitação e os"pobrezinhos",agora é igualdade de oportunidades. O que fazer? Acredito muito no poder transformador que é a troca de experiências e um pouco de "mente aberta" para seguir adiante e superar os desafios. Nossos primeiros passos é a fusão das artes plásticas, conhecimentos técnicos, a criatividad conjunta...Agradeço muito essa oportunidade de compartilhar conhecimentos e experiências. E termino dizendo que qualquer coisa e se tiver ao meu alcance podem contar comigo.
Ah, vejam esse blog:
www.usoa.wordpress.com
tem algumas coisas do que estamos fazendo.

Bruna Hamer disse...

Me sinto honrada em compartilhar minha breve história entre tantas experiências de coragem e ousadia. Tenho 21 anos, sou estudante de Pedagogia.
Nasci nessa vida para duas coisas: ser educadora e ser mãe. Tudo em mim e em minha vida pulsam para isso!
Pulsam para um educação de seres inteligentes a se esculpirem como livre pensadores, de educadores que trazem a lição do aprender não nas palavras mas na vivência digna daquele que desenvolve o respeito pelo outro, seja ele educando ou educador. Afinal todos somos, não é?
Nesses poucos anos de vida experimentei muito: sei o que quero e o que não quero.
Estive na Escola da Ponte encantada com a sabedoria concretizada em realidade.
Vivo cá a sonhar agora...
Entre escolas, casas de alunos e professores, entre a Arte - que impulsiona aquele que cria - e os projetos futuros.
Neste momento em Bauru, estamos nos organizando para agruparmos os inúmeros educadores invisíveis aqui escondidos. Através do teatro temos desenvolvido com um grupo de crianças e professores novas percepções sobre a educação, e agora queremos encontrar outros amigos e mestres.
Enquanto lia cada depoimento visitava as paisagens descritas por vocês e vivi a certeza dessa conspiração. Minha vontade é de conhecer a cada um pessoalmente e aprender os passos já trilhados.
Deixo o convite para conhecer os nossos por aqui!

Kenzo Soares disse...

Sou estudante do Colégio Pedro II no Riode Janeiro.E por acreditar que educação,e principalmente debater educação, não é só uma responsabilidade do professor, mas um direito do estudante e uma construção de ambos,começei a estuda-la.
E me apaixonei por uma educação que não era a do meu cotidiano.Uma educação libertária e democrática, sem as suspensões e o autoritarismo que calavam os estudantes que eu conhecia tão bem.E para conquista-la nos organizamos, alunos, e procuramos nossos professores,nossos funcionários, porque só derrotaríamos uma educação indvidualista e competitiva com uma proposta coletiva e solidária.Criamos um fórum de debate,fizemos passeatas,e subvertemos as ordens dadas.A luta é dificil, embate diário, até mesmo violento com uma direção poderosa e reacionária, mas principalmente com a mentalidade de nós mesmos, que nunca vimos Paulo Freyre na prática.
Fico feliz que tantos educadores praticam a educação que eu sonharia em ter e sempre ter tido, e saibam que os estudantes também não estão parados.Já falamos com o próprio ministro da Educação, fomos as ruas e para as salas de aula,e no ultimo congresso de nossa entidade nacional, UBES, nossa tese era clara,Educação como prática de liberdade.
UM abraço!

jullyana ethos disse...

Como são lindos os comentários de vçs! Sou educadora desde os 18 anos, hoje estou com 30 e apaixonada pelo que faço. Gosto muito de dizer que o nosso trabalho inclui não só os professores e crianças, mas também as famílias. A crise da educação não atinge somente as escolas, atinge também os lares, com uma dificuldade em mostrar os limites, direitos e deveres de cada um. O meu trabalho "de formiguinha"vale muito a pena, mas poderia ser muito melhor se eu pudesse contar com o apoio da família. Amo de paixão um texto do professor José que se chama "Ümbiguismo", onde ele fala muito bem sobre isso. A minha escola é particular, com crianças entre 1 ano e meio até 10 anos de idade. Conheço a Ponte e sou também uma conspiradora dela. Proponho uma educaçao na cidadania, pautada também em construção de valores morais, presente em todos os projetos pedagógicos desenvolvidos pela escola. Todas as nossas crianças realizam durante o ano diferentes ações sociais, trazemos as famílias para a escola e construímos juntos os conceitos de valores. Um trabalho ousado, já que as famílias de nossa escola pertencem a uma classe social onde este assunto não é muito visto e äs vezes até desconhecido. Acredito que ajudando a fazer o outro um pouco mais feliz nos fazem "maiores" enquanto pessoa. A minha paixão pelo que faço é maior do que as dificuldades que eu tenho em conscientizar as pessoas que o próximo, o outro, é tão significativo e importante quanto o longe, que geralmente são os próprios filhos, que vivem na triste solidão de carinho. Um bjo p vçs. Com afeto. Jullyana

jullyana ethos disse...
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Luiz de Campos Jr disse...

Olá Conspiradores – sem dúvida, dignos de “C” maiúsculo! Já conhecia vários de vocês através do estudo e acompanhamento de seus trabalhos e fiquei felicíssimo em encontrá-los aqui, juntos e conspirando!!
Tenho 46 anos e, segundo aqueles que me conhecem desde criança, nasci educador. Por outro lado, acredito que a maior contribuição para o meu completo envolvimento com a Educação tenha sido o fato de ser um ex-aluno inconformado da Rede Pública de Ensino (em todos os níveis). Meu currículo atual inclui ser pai de aluno da rede pública de ensino, membro de conselhos escolares e APM's. Minha formação passou pelos cursos de Engenharia Agronômica, Comunicação, Ciências Sociais e Geografia – todas “quase” completas. E se a formação acadêmica parece muito eclética, nem vou falar da "não acadêmica"... Como professor, desde a década de 80, tive experiências com as mais diversas escolas, desde as famigeradas “pagou-passou”, escolas Waldorf, até o “construtivista” Colégio Galileu Galilei, de São Paulo – onde encerrei minhas atividades como “professor”.
A partir de 1996 passei a trabalhar em programas de extensão cultural e atualização de professores onde quer que surgisse oportunidade: centros de estudos pedagógicos, encontros educacionais, centros culturais, grupos de estudo, escolas de Redes de Ensino Municipais e Estadual-SP, FEBEM-SP,... Em 1999 fui trabalhar no Depto de Pesquisa e Desenvolvimento Educacional de uma empresa multinacional, criando materiais didáticos e programas de capacitação para professores. Essa experiência me permitiu conhecer muitas escolas por todo o país, mas principalmente, conhecer educadores e idéias que resultaram no recém-constituído Instituto Futuro Educação...
Falei muito de mim e já ficou muito longo, se quiserem conhecer um pouco do nosso trabalho, visitem-nos: http://www.futuroeducacao.org.br
Um grande abraço do Luiz de Campos.

Anônimo disse...

Olá conspiradores do Brasil. Estive no 4º encontro do Núcleo do Sul a Cleusa (coordenadora) me solicitou que fizesse um pequeno relato sobre minha escola.
Creio que desta forma também podermos aos poucos conhecendo novas propostas, criando novos elos e plantando novas sementes, então, lá vai:
Minha escola se chama Guido Lermen. É uma escola municipal da cidade de Lajeado, aqui no RS. É jovem ainda, vai fazer 18 anos no ano que vem. Começou pequenina e seriada, mas aos poucos foi crescendo. Hoje contamos com cerca de 320 alunos e 30 professores.

No ano de 2000, a direção da época nos "convocou" a implantarmos os ciclos de formação. Na época achávamos que ciclos era apenas uma mudança de nome, a não reprovação e alguns recursos a mais, como laboratório de aprendizagem. (mais tarde entendemos a diferença entre ciclos de formação e progressão automática)

Com o passar dos anos, com leituras, discussões, algumas mudanças importantes no quadro de professores e de equipe diretiva, começamos a perceber que precisávamos mudar de verdade, que a forma como trabalhávamos não era a mais justa nem para os alunos, nem para nós mesmos, afinal, professor que é professor, só se sente realizado quando percebe que os alunos estão realmente aprendendo, para a vida, para o hoje, para serem mais humanos.

Bom, hoje, depois de 8 anos de estrada, podemos dizer que ainda estamos engatinhando, porém não somos mais a escola que outrora fomos, mesmo que nossa "cara" ainda não esteja de todo definida.

Aprendemos que todos aprendem, que todos têm potencialidades, mas que nem todos aprendem as mesmas coisas ao mesmo tempo. Aprendemos que é preciso respeitar as fases de vida e os interesses dos alunos, que eles tem sim opinião a dar, e muito a contribuir. Muitos "conteúdos" perderam seu sentido, porém muitos outros conhecimentos tornaram-se ainda mais importantes para nós, como a leitura, a escrita, o pensar, o imaginar, o pesquisar, o saber posicionar-se, o respeitar opiniões alheias... Aprendemos que quando se trabalha em "equipa" tudo fica mais rico, mais dinâmico, mais vivo. Isso vale para os alunos, isso vale para os professores. Aprendemos que temos que ter paciência, pois muitas vezes queremos colocar o carro na frente dos bois e a "burocracia" não é tão favorável assim à mudança. Aprendemos que cada cabeça tem uma sentença, e que num grupo é preciso aprender a chegar a consensos, e que isso não é nada fácil, mas que quando se chega... realmente se tem certeza de que aquilo realmente é o melhor.

Enfim, a cada ano vamos percebendo pequenos brotos das sementes que plantamos. Já queríamos ser árvore frondosa, mas sabemos que a beleza está justamente no caminho até o alto.

Este ano, nós do 2º ciclo, estamos trabalhando com todos os alunos e profes do ciclo na mesma sala, está sendo uma experiência incrível ver alunos de 11 anos ajudando aqueles que tem 9 a organizar melhor seu texto, é lindo ve-los trabalhando em grupo, construindo alternativas, as vezes até brigando, mas conscientes de que juntos estão aprendendo mais do que se estivessem sozinhos, cada um na sua sala.

Para o ano que vem temos mais projetos, esperamos contar com o apoio da Secretaria de Educação para concretizarmos nossos novos sonhos. Bom, como "guidete" sou apaixonada pela minha escola, pelos meus colegas e pelos meus alunos. Assim, acabo escrevendo o que eu vejo. Mas temos muitos problemas, professores nem tão convictos, estrutura física ainda não tão adequada, dúvidas em relação ao futuro, ao que estamos fazendo de certo e de errado... Mas quem sabe, daqui uns 10 anos, poderemos olhar para trás e ver que de alguma forma fizemos a diferença?

Abraços a todos.

Tatiana (tatiss@certelnet.com.br)